Sexta Jazz AF em Florianópolis: Uma Noite de Harmonia e Cultura
MÚSICA


Florianópolis, conhecida por suas paisagens deslumbrantes e rica cultura, se transforma em um vibrante palco musical toda última sexta-feira do mês, quando a Aliança Francesa abre suas portas para a Sexta Jazz. Este evento, que já se tornou um marco no calendário cultural da cidade, é um verdadeiro presente para os amantes do jazz e da música de qualidade.
Sexta Jazz AF (Foto: Divulgação/Arquivo)
Segundo Tiê Pereira, diretor musical do projeto, o Sexta Jazz surgiu despretensiosamente em 2014, como um happy hour mensal na Aliança Francesa de Florianópolis, organizado por Fernando, o ex-diretor da instituição. O projeto cresceu rapidamente, atraindo um público cada vez maior. Com a entrada da produtora Marte, o projeto se expandiu, adaptando-se às exigências da Lei Rouanet e migrando para locais maiores como o Centro Integrado de Cultura (CIC) e, mais recentemente, o Vila Romana, onde está há seis anos. E essa evolução contínua foi impulsionada tanto pelo patrocínio renovado quanto pelo entusiasmo do público, que sempre lota os eventos.
A curadoria do projeto passou por mudanças ao longo do tempo. Inicialmente focado em tributos a grandes personalidades do jazz, o projeto agora valoriza também compositores locais e nacionais. Recentemente, músicos como Guinha Ramires e Rafael Calegari foram homenageados. Além disso, o projeto trouxe artistas internacionais, como o pianista holandês Mike Del Ferro e o pianista brasileiro Amaro Freitas, enriquecendo ainda mais o evento.
Ao longo dos anos, a resposta do público tem sido extraordinariamente positiva. "Sempre de forma positiva. O pessoal sabe que vai chegar e encontrar algo de qualidade, tanto o público fiel quanto o público que se molda conforme o tributo", ressalta Tiê. A crescente popularidade do evento, que agora atrai entre 800 e 1.200 pessoas por edição, demonstra seu sucesso em cultivar um gosto pelo jazz. E este crescimento reflete a qualidade e relevância do projeto.
Tiê também falou sobre a importância do Sexta Jazz para Florianópolis, que vai além da música. "Acredito que educar o público é uma das principais contribuições do projeto", diz Pereira. "É um processo longo, mas gratificante, que envolve apresentar algo novo ao público e criar um hábito musical que ele não está acostumado.” Para os músicos, o desafio de tocar repertórios complexos é um incentivo constante ao aprimoramento." O projeto também contribui para a formação de público em cidades onde o jazz não é comum, através de mini-turnês por Santa Catarina.
O produtor vê o jazz como um gênero em constante evolução, adaptando-se aos tempos e influências culturais. "O jazz não é um modismo. Ele se reinventa e dialoga com outros estilos, como o hip-hop e o funk", afirma. Em Florianópolis, a cena jazzística tem crescido, com músicos de outras regiões do Brasil se estabelecendo na cidade, enriquecendo ainda mais o cenário local.
A agenda do Sexta Jazz é movimentada. De junho a junho, o projeto inclui tributos, séries de compositores e a participação de músicos renomados. Em julho, por exemplo, o baixista Glauco Soutter fará um tributo a Raul de Souza, considerado o maior trombonista do Brasil. Tiê destaca que, “no próximo semestre, a valorização dos compositores será uma prioridade, mantendo a essência do projeto de celebrar a diversidade e a riqueza do jazz.”
O Sexta Jazz é mais do que um evento musical; é uma plataforma de aprendizado, apreciação e crescimento tanto para músicos quanto para o público. O projeto demonstra o poder transformador da música em unir pessoas, refletindo a beleza e a complexidade da vida urbana através das harmonias e improvisações do jazz. É também, um testemunho da dedicação de Tiê Pereira e da equipe envolvida, que trabalham incansavelmente para manter viva a chama do jazz em Florianópolis.
Para maiores informações sobre os eventos futuros, acompanhe no Instagram @aliancafrancesafloripa ou pelo site www.affloripa.com.br
Quem é Tiê?


A história de Tiê com a música começou na adolescência, quando ele pegou um violão em casa, influenciado pelo pai, um músico e professor. Flertando com a cena underground de Florianópolis, ele tocou em bandas de rock, cantou, compôs e se aventurou na bateria. Com o tempo, decidiu se aprofundar no baixo, equilibrando a música com a faculdade de Design Gráfico. Eventualmente, a música falou mais alto e Tiê abraçou o baixo de vez, tornando-se um músico e professor respeitado.
Tiê tem um ouvido atento a diversos estilos musicais. Influenciado pelo hardcore e punk na adolescência, ele expandiu seus horizontes para o groove, funk, jazz e hip-hop. Durante seis anos na Holanda, envolveu-se com a cena hip-hop e tocou em projetos de afrobeat. Seu repertório é vasto e variado, refletindo uma mente aberta e curiosa. Projetos significativos marcaram sua trajetória, como a banda de hardcore End of Pipe e a gafieira organizada por seu pai. Na Holanda, tocou com um baterista belga em festivais importantes. De volta ao Brasil, colabora com Luiz Gustavo Zaga e participa como curador e produtor em eventos como Dia Jazz Bebê e Sexta Jazz.
Foto/Reprodução: Instagram @tie.bass